quinta-feira, 22 de maio de 2014

Eu não disse?

E, agora, um texto «especial» com «adendas»… a textos anteriores mais ou menos recentes. Todas poderiam ter uma «etiqueta» em comum: «eu não disse?»
Em Janeiro, no texto «”The (New York) Times isn’t a-changin’”», escrevi: «(…) No conjunto de órgãos de comunicação social dos Estados Unidos da América que formam a habitualmente designada mainstream media – ou lamestream media, como lhe chama Sarah Palin – e que funcionam oficiosamente, quando não declaradamente, como extensões, suportes do Partido Democrata e da esquerda norte-americana, nenhum é mais antigo, fulcral e preponderante do que o New York Times. (…) A todos os ignorantes, iludidos, ingénuos, que ainda tomam o NYT como uma (boa) referência de jornalismo fica o conselho: deixem de o fazer. (…)» Depois de nos últimos anos a apelar, regularmente, ao fim da «discrepância salarial» entre homens e mulheres, o NYT foi «apanhado», tal como a Casa Branca, na situação «olha para o que eu digo, não para o que eu faço»: a administração despediu Jill Abramson de editor(a) executivo(a) – a primeira mulher a ocupar aquele cargo no jornal – porque ela terá protestado por receber menos do que o seu antecessor… e, pior ainda, por alguns dos seus subordinados (homens) terem vencimentos superiores ao dela! Porém, e segundo quem já lá trabalhou, esta discriminação sexista até já é bem antiga no mais «progressista» dos jornais. 
Em Fevereiro, no texto «Brincar aos médicos e enfermeiras», escrevi: «(…) Nos EUA só quem tem estado a dormir ininterruptamente desde Outubro é que não sabe que o “serviço nacional de saúde” que os democratas votaram e implementaram sozinhos continua a ser o desastre que se tornou evidente desde o princípio. Correcção: é um desastre ainda maior porque continuam a acumular-se novos factos sobre os (maus) efeitos da aplicação da lei. (…) É o que acontece quando idealistas inexperientes e irresponsáveis com demasiado tempo e poder nas mãos decidem brincar aos médicos e enfermeiras... fazendo de todo um país como que um enorme, imenso "hospital" para as suas experiências.» Antes da aprovação e implementação do «ObamaCare», já existia, na realidade, uma «experiência» estatal (de várias décadas) na prestação de cuidados de saúde: a que era, e é, conduzida pelo Departamento de Assuntos de Veteranos. Na semana passada soube-se que dezenas (talvez até uma centena) de antigos combatentes morreram nos últimos cinco anos enquanto, inscritos em listas de espera, aguardavam tratamento – uma situação que em Portugal conhecemos, infelizmente, demasiado bem. Barack Obama, como tem sido habitual nos vários escândalos que têm marcado a sua presidência, só terá sabido pela comunicação social. Sim, é um prenúncio do que o «(un)Affordable Care Act» poderá trazer a todo o país.   
Em Março, no texto «Onde está o senador Obama?», escrevi: «(…) Que, certamente, não organizaria uma iniciativa denominada “My Brother’s Keeper”, destinada a auxiliar as famílias carenciadas afro-americanas, e mantendo ao mesmo tempo, hipocritamente, uma relação problemática com… irmãos dele. Na verdade, ele não tem sido o “guardador” do seu meio-irmão George Hussein Obama, que (sobre)vive num bairro de lata em Nairobi, a capital do país (Quénia) onde ele antes dizia ter nascido. (…)» Ele distancia-se tanto dos parentes que estão em África como dos que estão nos EUA: em Abril a tia Zeituni Onyango morreu e o Sr. Hussein, em vez de comparecer no funeral (para cujo pagamento de despesas, vá lá, ao menos contribuiu), foi – mais uma vez – jogar golfe. O que não é particularmente insensível para os seus «padrões»: recorde-se que, após quatro norte-americanos terem sido mortos em Benghazi, ele foi para um evento de angariação de fundos em Las Vegas…
Também em Março, no texto «NA(u)S(e)A», escrevi: «(…) Barack Obama não autorizou, directa ou indirectamente, o desenvolvimento de um projecto de “regresso à Lua” nem a concretização de uma alternativa aos vaivéns após estes terem deixado de ser utilizados… definitivamente. Tão avessos a poupar, os democratas decidiram fazê-lo exactamente onde não convinha… Resultado? Os norte-americanos viram-se, e vêem-se, desde então na contingência – e na (dispendiosa) humilhação – de dependerem dos russos, seus históricos rivais desde o lançamento do Sputnik, para transportarem os seus cosmonautas até à Estação Espacial Internacional. Agora, a pergunta óbvia é: e se Moscovo decidir que as “boleias” nas Soyuz acabaram? (…)» Aparentemente, já decidiram, o que era quase inevitável desde que o Sr. Hussein aplicou algumas (tímidas) sanções à Rússia pela intervenção desta na Ucrânia… o que só aconteceu, recorde-se, porque o Nº 44 prometeu, se fosse reeleito, «maior flexibilidade» a Vladimir Putin, este é quem, na práctica, agora controla o programa espacial norte-americano… se é que ainda existe algum.

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