terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

O Estado é ele?

(Duas adendas no final deste texto.)
«Ele age, comporta-se, como um rei». Esta ideia, esta opinião, foi repetida por várias vezes nos últimos dois meses. Começou com Grover Norquist, e continuou, entre outros, com Rand Paul, Jon Meacham, Joe Scarborough, Andrew Napolitano… Os assuntos em causa eram diferentes: «fiscal cliff», gun control, drones… Mas, em comum, o que foi apontado e denunciado era o comportamento aparentemente – e até concretamente - «absolutista» de Barack Obama, que mais do que uma vez, mostra intenção de decidir, ou decide mesmo, sem contar com a opinião, a aprovação, a ratificação de outras individualidades e instituições a que legalmente, constitucionalmente, está – ou deveria estar – obrigado.
Não é de surpreender que, para muitos norte-americanos, a figura de um déspota, de um tirano, esteja associada, no seu… imaginário, à imagem de um monarca. Afinal, os EUA nasceram em oposição ao governo e às políticas do Rei Jorge III da Inglaterra no século XVIII… Porém, até o terceiro soberano da Casa de Hannover tinha um parlamento com que lidar, pelo que o mais adequado elemento de comparação com Barack Obama talvez seja o (realmente) absolutista Luís XIV de França, que afirmava «o Estado sou eu!». Exagero? Não é novidade, e aqui no Obamatório já várias vezes se referiu, e se demonstrou, a tendência «normal» dos democratas para violarem as leis e practicarem crimes – afinal, sempre são do partido da escravatura e da segregação... No entanto, a presidência do Sr. Hussein tem acentuado essa tendência, (mal) «temperada» com a arrogância, a soberba – em palavras e em actos – do «quero, posso e mando» que o primeiro mandato revelou e que a reeleição para um segundo, está visto, mais não fará do que agravar.   
Todavia, e felizmente, BHO ainda não está (completamente) acima da lei. E neste ano de 2013 que mal começou são já pelo menos quatro os «cartões vermelhos», ou «amarelos», com que ele e/ou as suas equipas no Partido Democrata e no governo federal foram «castigados»… e, claro, é só aqui no Obamatório que se tem conhecimento deles em português: foi multado em 375 mil dólares pela Comissão Eleitoral Federal por irregularidades nas doações recebidas durante a campanha presidencial de 2008 - a justiça veio tarde, mas antes isso que nunca; foram anuladas, pelo Tribunal de Apelos de Washington, as quatro nomeações (três e uma, respectivamente) que fizera em Janeiro de 2012 para o Conselho Nacional de Relações Laborais e para o Gabinete de Protecção Financeira do Consumidor, à revelia do Senado, que não estava em recess e que deveria ter-se pronunciado – há um ano eu já abordara aqui este assunto; não apresenta desde Junho de 2011 relatórios trimestrais sobre a aplicação do programa de «estímulo à economia» – ou seja, a Casa Branca não cumpre a própria legislação que propôs e fez aprovar (!); e, pela quarta vez em cinco anos, a administração não entregou ao Congresso dentro do prazo a sua proposta de orçamento. São admissíveis todos estes incidentes da (ir)responsabilidade de um (alegado) professor de Direito, e, mais especificamente, de Direito Constitucional? Como referiu, com humor mas também com lógica, Louie Gohmert, os «alunos» de Barack Obama deveriam instaurar-lhe um processo em tribunal (porque, tudo o indica, não terão sido bem ensinados…)
No mesmo sentido pronunciou-se, e muito bem (como sempre), John Nolte, ao salientar que, para alguns, «apenas Obama pode ignorar a lei». De facto, que autoridade, que credibilidade pode ter quem critica o xerife Al Cannon por se recusar a cumprir uma eventual legislação de «controlo de armas» mais restritiva quando foi o próprio presidente a criar o precedente, a dar o (mau) exemplo de, mais do que não concordar, não (se esforçar por) aplicar determinadas leis, como as que regulam o casamento e a imigração? Porém, para alguns não há contradição; e gostam tanto do Nº 44, confiam tanto nele, que o chamam, como Jamie Foxx, de «nosso Senhor e Salvador», e, como Chris Rock, de «nosso patrão, nosso pai». É assim que também se cria um culto da personalidade… E não se pense que são só «artistas» a demonstrarem tamanha «devoção». Harry Reid e Nancy Pelosi – sempre eles! – manifestaram publicamente a sua concordância com a possibilidade de BHO subir unilateralmente o tecto da dívida… um poder que é exclusivo do Congresso, de que Reid e Pelosi são dirigentes destacados e de que deveriam ser defensores incondicionais!
No entanto, nenhum assunto causou tanta controvérsia recentemente como o programa de mísseis teleguiados e «personalizados» - os drones – e, mais concretamente, a revelação de um documento (memorando) interno do Departamento de Justiça que «justifica» o assassinato selectivo, utilizando aqueles, de supostos terroristas, mesmo que contra eles só haja suspeitas e não provas, e mesmo que sejam cidadãos norte-americanos! Aliás, dois, Anwar al-Aulaqi e o seu filho adolescente, já foram mortos desse modo… Desta vez foi demais, foi-se longe demais, e as críticas, as condenações, «explodiram», e não só entre os conservadores e republicanos… também entre os liberais e democratas. Na verdade, àqueles que acusaram George W. Bush de ser um «criminoso de guerra» apenas por usar «tortura» (waterboarding) em três confessos terroristas para deles obter informações (e não morreram), não restaria, em consciência e coerência, outra opção senão vituperar ainda mais veementemente Barack Obama, que – qual rei de outras épocas! – decide quem vive e quem morre e que «dispara primeiro e pergunta depois»… Tina Brown, na HBO, foi inequívoca: se Obama fosse Bush «já teria sido impugnado». Jon Stewart, na Comedy Central, faz uma pausa nas suas sucessivas e previsíveis (e monótonas) diatribes anti-GOP e conclui que a «transparência» só se aplica «aos segredos do último tipo», isto é, GWB. Na MSNBC, Joe Scarborough, notório RINO, proclama, sem oposição dos seus habituais convidados «progressistas», que todos os que criticaram antes o anterior presidente deviam agora pedir-lhe desculpa. E na CBS discute-se se algum dia o Sr. Hussein poderá ser julgado num tribunal internacional por… crimes de guerra. O que seria algo inédito, e inacreditável, para alguém que recebeu o… Prémio Nobel da Paz.             
Entretanto, em Portugal, a TVI prefere dar destaque, não aos cadáveres de (alegados) terroristas e de (confirmados) cidadãos inocentes («danos colaterais») acumulados às centenas durante a presidência de Barack Obama, mas sim à denúncia de uma suposta «campanha de globalização da tortura» (repito.. foram só três os «torturados») durante a presidência de George W. Bush. Denúncia essa feita pela Open Society Justice Initiative, que, para aqueles que não sabem, é uma de várias organizações criadas por George Soros, antigo colaboracionista nazi e actual «filantropo» e financiador democrata. Mas, para o canal de Queluz de Baixo, tal parece ser uma garantia de «credibilidade».
(Adenda – Se ele não pensasse que «o Estado é ele» provavelmente não diria tantas vezes a palavra «eu»… No seu discurso de 2013 do Estado da União, proferido no passado dia 13 de Fevereiro, Barack Obama optou principalmente por defender, prometer, querer… mais do mesmo: mais governo, mais impostos, mais «investimentos» - ou seja, mais despesa pública não produtiva – em, entre outras coisas, «energia verde»… porque os 500 biliões deitados ao lixo na Solyndra não foram suficientes. Enfim, é a «só-cretinização» dos EUA em larga escala, a continuar em frente, forward, a toda a força, até ao colapso financeiro e social final e total. Supostamente, tudo «sem gastar um tostão»… Mas também teve tempo de «homenagear», demagógica e desavergonhadamente, vítimas de crimes com armas de fogo… embora não se referisse aos quatro que morreram em Bengahzi ou aos (quantos?) que tombaram por causa da «Fast & Furious» - em ambos os casos por (ir)responsabilidade directa do seu (des)governo. Porém, grande parte da comunicação social não deu o maior destaque nem às falácias nem aos fracassos do presidente mas sim à… (muito breve) pausa para beber água feita por Marco Rubio quando dava a resposta em representação do GOP. Um acto simples, normal, feito por milhares de pessoas todos os dias quando falam em público, mas que foi apresentado como algo insólito e implicando talvez possíveis, e graves, consequências! Até em Portugal! Decididamente, a estupidez à esquerda não conhece limites.)
(Segunda adenda - É o próprio Barack Obama a admiti-lo: «O problema é que eu sou o presidente dos Estados Unidos; eu não sou o imperador dos Estados Unidos.»

Sem comentários: