Michelle
Obama disse que era no dia 2, para os «cabeças-duras» e não só, e o marido que
é no dia 7… pois, nem nisto eles são dignos de confiança: é amanhã, 6 de
Novembro. No último dia da campanha eleitoral «mais suja de sempre», na véspera
da votação para a presidência dos Estados Unidos da América, quais são as palavras, as imagens, as ideias que
mais se destacam?
Em termos de
dinâmica, notou-se nitidamente, e simultaneamente, um crescendo – em apoio, em
entusiasmo, em optimismo – na candidatura de Mitt Romney, e um esvaziamento –
nos mesmos itens – na de Barack Obama. Há factos que podem constituir sinais
reveladores, confirmadores, dessa asserção: no Ohio, e no mesmo dia, o
republicano falou para uma audiência de 30 mil pessoas, e o democrata… para uma
de 2800; e em Cleveland o Sr. Hussein passou de 80 mil em 2008 para… quatro mil
em 2012. Nem Bruce Springsteen nem Stevie Wonder foram grandes ajudas desta
vez… Também no aspecto das escolhas (endorsements) por parte de jornais também
se está a verificar uma tendência que parece favorecer o ex-governador do
Massachusetts: são muitos mais os que, no que se refere a apelo ao voto,
mudaram de «azul» para «encarnado» desde há quatro anos; e, pela surpresa da
posição e/ou pela veemência com que a explicam e a defendem, são de salientar o
Des Moines Register, o Las Vegas Review-Journal, o Los Angeles Daily News, o
Nashville Tennessean, o Newsday, o New York Daily News, o Orlando Sun-Sentinel
e o Wisconsin State Journal.
Estes e
outros factos não significam, necessariamente, que Barack Obama vai perder a
eleição. Porém, do que não resta qualquer dúvida é que ele não merece ganhá-la;
aliás, já em 2008 ele não merecia, e agora muito menos. E basta ouvir o que ele
tem dito nestes últimos dias de campanha para se dissiparem as (muito) poucas
dúvidas que ainda pudessem subsistir sobre o mau carácter – e, sim, a sacanice
– do actual presidente. Exemplos? Ao referir-se à «romnesia na fase três» do
seu adversário insultou todos os doentes de cancro, em que se incluem Ann
Romney e a própria mãe dele, Ann Dunham, falecida em 1995. Chamou a Romney um
«vendedor», mas ele próprio tem sido um, e mau, e até o admite ao prever que
«alguns dos negócios que encorajamos irão falhar»… como se viu com a Solyndra,
e não só. Pior, chamou a Romney um «m*rd*s*» («bullshitter»). Ainda pior, declarou
que «votar é a melhor vingança», ao que Romney respondeu apelando a que se vote
«por amor ao país». Que tal para «raiva republicana»? Onde já vai a
«civilidade», a «esperança» e a «mudança»… Provavelmente, nem ele imaginava em
2008 que as palavras com que descrevia os seus opositores haveriam de se
aplicar, na perfeição, à sua actual situação: «If you don't have any fresh
ideas, then you use stale tactics to scare the voters. If you don't
have a record to run on, then you paint your opponent as someone people should
run from. You make a big
election about small things.»
Nunca a
«verborreia de diarreia» dos «liberais e progressistas» foi tão «stale» e
«small», tão desagradável como agora – aliás, Michelle Obama bem que falava que
a retrete poderia estar entupida no dia da eleição… Lena Dunham, uma starlet de
terceira categoria, protagoniza um anúncio, quase de certeza copiado de outro de… Vladimir Putin (!), em que equipara a perda da virgindade com o voto no Sr.
Hussein. Bill Maher avisou os votantes em Mitt Romney de que «os negros sabem quem vocês são e irão atrás de vocês». Michael Moore realizou um anúncio em que
idosos lançam palavrões contra os republicanos. No entanto, é preocupante, e
perigoso, quando, sem dúvida inspirados pelo «chefe», os seus apoiantes se
dispõem a passar, ou passam mesmo, das palavras agressivas… aos actos
agressivos – o que, aliás, representa o «business as usual» dos democratas: roubo de material de propaganda por parte de activistas sindicais; vandalismo; (acusações
de) fraude eleitoral, no Colorado, no Texas e na Virgínia; assédio sexual; mais
ameaças de motim, violência e morte, tanto generalizadas como específicas;
espancamento, no Wisconsin, do filho de um senador estadual do GOP. Não relacionado
directamente com a eleição presidencial, há ainda os casos do traficante de droga na Carolina do Norte e o da ladra – que fora antes eleita «democrata do
ano» no seu condado! – no Colorado. E para que não digam que eu só menciono as
malfeitorias dos «burros», também é de assinalar o caso de uma mulher do Nevada
identificada como «republicana registada» que tentou votar pela segunda vez. Sim,
foi o único acontecimento negativo similar que eu encontrei do «outro lado» no
mesmo período de tempo. Quando o assunto é ilegalidades, a desproporção ainda é
(muito) «favorável» ao Partido Democrata.
Todavia,
mesmo que não houvesse violações da lei, sempre haveria a criticar aos «azuis»
a sua atitude, de arrogância, de intolerância e de negligência, de leviandade e
de superficialidade, que teve em Barack Obama um expoente máximo. E que lhe
permite fazer afirmações como a de que é «rebuçado para os olhos» («eye candy»)
das senhoras do programa «The View» ou a de que é um «adereço» da sua própria campanha. Que
lhe possibilita votar antecipadamente (em Chicago), antes do dia 6 (o primeiro presidente
a fazê-lo, e nitidamente como forma de tentar animar as suas desanimadas bases), e
apresentando – naturalmente, normalmente – um cartão de identificação sem que
idiotas como George R. R. Martin o apresentem, indignados, como uma vítima de
«racismo». Que proporciona a Joe Biden afirmar que «não houve um dia nestes últimos quatro anos em que senti orgulho de ser seu vice-presidente»! Mais uma
gaffe a juntar a tantas outras?
Em conclusão, pode-se e deve-se recorrer, não uma mas sim duas vezes, a Andrew Klavan, um dos melhores «cronistas» deste mandato, se não mesmo o melhor: os «conteúdos do (mau) carácter de Obama» (tão longe do de Martin Luther King…) traduzem-se em «uma eleição de fantasia, um homem imaginário». Qualquer que seja o resultado de amanhã, ele não alterará, não apagará, o que aconteceu nestes últimos quatro anos. Nem tudo o que havia para fazer foi feito, mas tudo o que havia para dizer e escrever foi dito e escrito. Agora, há que aguardar. Com paciência e de consciência tranquila.
Em conclusão, pode-se e deve-se recorrer, não uma mas sim duas vezes, a Andrew Klavan, um dos melhores «cronistas» deste mandato, se não mesmo o melhor: os «conteúdos do (mau) carácter de Obama» (tão longe do de Martin Luther King…) traduzem-se em «uma eleição de fantasia, um homem imaginário». Qualquer que seja o resultado de amanhã, ele não alterará, não apagará, o que aconteceu nestes últimos quatro anos. Nem tudo o que havia para fazer foi feito, mas tudo o que havia para dizer e escrever foi dito e escrito. Agora, há que aguardar. Com paciência e de consciência tranquila.
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