segunda-feira, 11 de junho de 2012

Walker, do Wisconsin, (con)venceu

Quase uma semana depois da – extraordinária, histórica, transformadora – victória na eleição especial («recall») para o governador de Wisconsin, ainda não é tarde para se proceder a uma breve análise daquela. Pelo contrário, esta é até a melhor altura, pois já se pode avaliar os acontecimentos mais «a frio» e não «a quente»…
… O que é algo que, definitivamente, os democratas não conseguem. As suas reacções ao triunfo de Scott Walker – por uma diferença superior à verificada no acto eleitoral anterior! – oscilaram entre os extremos habituais: entre o «choradinho» ridículo de vitimização, expresso, por exemplo, naquela inacreditável declaração «a democracia morreu esta noite», e as habituais ameaças de violência e desejos de morte – por assassinato ou por doença – contra políticos republicanos, os «burros» daquele Estado, e também do resto do país, nada mais fizeram do que se comportar como é seu hábito, ou seja, (muito) mal. Vá lá que (ainda) não voltaram a fugir para Chicago de forma a não existir quórum suficiente para as votações… Queixam-se muito mas, afinal, o que aconteceu foi apenas por culpa deles: foram os operativos democratas e os seus aliados nos sindicatos da função pública – com destaque desonroso para os professores – que promoveram esta eleição especial, culminar de uma campanha de confrontação e de intimidação iniciada há ano e meio, quando Walker demonstrou que iria cumprir o que prometeu, ou seja, acabar com os abusos, os privilégios, as regalias sem justificação – e também, cada vez mais, sem sustentação financeira – que ameaçavam levar o seu Estado à falência. Já há muito que se tornou evidente que, nos EUA, estes «sindicalistas» pouco mais são do que chantagistas e extorsionistas: em troca de apoio eleitoral a políticos democratas, estes concedem-lhes salários e outros benefícios muito superiores aos que são auferidos por trabalhadores no sector privado, e sempre à custa do dinheiro dos contribuintes. Finalmente este «círculo vicioso» foi, por uma vez e num local, quebrado, e tal acção foi aprovada pelos eleitores – e é precisamente essa «dupla qualidade» que constitui um exemplo que poderá ser seguido em outros Estados… aliás, já o foi, e, incrivelmente, na Califórnia!
Desculpam-se os democratas com a acusação de que a eleição foi «comprada» com o dinheiro – algumas dezenas de milhões de dólares – que os apoiantes de Scott Walker providenciaram… «esquecendo-se», convenientemente, de que o seu lado despendeu não muito menos em todas as acções, manifestações e petições feitas nos últimos 18 meses. E alguns tentam «consolar-se» alegando, anedoticamente, que Barack Obama foi o «verdadeiro vencedor» (!!) em Wisconsin… por uma sondagem feita «à boca das urnas» aos eleitores da «recall» ter indicado que o actual presidente estar à frente de Mitt Romney nas intenções de voto; «esquecendo-se», convenientemente, que se tratou da mesma sondagem que apontava para um equilíbrio de 50%/50% entre Walker e Tom Barrett… que depois se «transformou» numa vantagem de sete por cento a favor do incumbente.       
O desolado mayor de Milwaukee nem sequer se livrou de ser agredido por uma apoiante (?) após ter feito o discurso de admissão da derrota – apenas um dos vários momentos bizarros que este processo proporcionou, para além dos interlúdios cómicos previsivelmente providenciados pela MSNBC. Ao mesmo tempo, Scott Walker celebrava a vitória garantindo que iria continuar a diminuir a dívida e o desemprego, e a «mover o Wisconsin para a frente» («moving Wisconsin forward»)! Pareceu uma provocação a Barack Obama, que nem sequer se dignou a aparecer em Madison ou em qualquer outra cidade do «badger state» para apoiar os seus «camaradas» - uma ausência que, quase de certeza, irá ter os seus custos, pois não é certo que os sindicatos lhe desculpem tal «desfeita» até Novembro próximo… eles que tanto fizeram pelo Sr. Hussein em 2008. Como afirmou Peggy Noonan, depois de Wisconsin a actual administração parece subitamente um «castelo de cartas». 

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