sábado, 5 de setembro de 2009

No «comboio» descendente

Quando os índices de popularidade descem acentuadamente (sim, são piores do que os de George W. Bush no mesmo momento do seu primeiro mandato), quando o défice aumenta vertiginosamente, quando os protestos populares se multiplicam contra as suas iniciativas (como a reforma do sistema de saúde ou a – aparente – doutrinação de crianças), o que podem fazer Barack Obama, a sua Administração, o Partido Democrata e os seus apoiantes?
Várias coisas: culpar o Nº 43 (mais uma vez) e criar (mais uma) «cortina de fumo» sobre alegadas «torturas» praticadas pela CIA, tentando demonizar não só o anterior Presidente mas, principalmente, o anterior Vice Presidente (o que, ironicamente, pode consolidar a «reabilitação» de Dick Cheney); dizer que todos os críticos e opositores são «racistas» (mesmo que os assuntos em discussão nunca tenham a ver com etnias e cores de pele), e, se isso não resultar, tentar silenciá-los e boicotá-los; recorrer ao «spam» em larga escala (levando Karl Rove a imaginar o que lhe fariam se ele tivesse implementado algo semelhante); e, como último recurso, entrar em delírio.
O que se esperaria é que, por esta altura, Barack Obama já tivesse cessado a campanha eleitoral e começado a liderar, efectivamente, o país. Como, aparentemente, isso ainda não aconteceu, ele corre o risco de se tornar, rapidamente, irrelevante. E irreversivelmente impopular.

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