Não
é novidade que é à esquerda do espectro politico que se encontram as pessoas
mais crédulas, mais intelectualmente inseguras, enfim, mais estúpidas, sempre
disponíveis para descartarem os factos mais básicos, sempre prontas para
acreditarem nas maiores vigarices, nas mentiras, narrativas, teorias mais
improváveis e mesmo ridículas, desde que tal confirme e/ou conforte os seus
preconceitos, que desculpabilize os seus fracassos… e que contribua para construir
e/ou conservar o mundo de fantasia em que vivem. Algumas dessas falácias são,
pode dizer-se, como que comuns a todos os esquerdistas em qualquer ponto do
planeta, tais como, por exemplo, a existência de aquecimento global
antropogénico e a respeitabilidade
do Islamismo enquanto religião «como as outras». E, o que nos interessa mais
aqui, existem as falácias específicas da «sinistra» dos Estados Unidos da
América, como a de que, talvez por «milagre», em finais dos anos 60
republicanos e democratas «trocaram de lugar» e os primeiros, e não os
segundos, é que passaram a ser os grandes culpados pela escravatura e pela segregação…
…
E a mais recente a animar as hostes «progressistas» do outro lado do Atlântico
é a de que Donald Trump venceu Hillary Clinton e se tornou o 45ª presidente dos
EUA devido à ajuda, à colaboração, à interferência, da Rússia e de Vladimir
Putin. Muitos meses depois de esta atoarda ter sido atirada pela primeira vez,
e repetida em crescendos de hilariante histeria, nada de concreto se apurou que
de algum modo, mesmo que mínimo, a sustente. Agora, o que efectivamente se
descobriu foi que, também numa tentativa de encontrar – ou de inventar –
qualquer coisa que tornasse credível a alegada cumplicidade com Moscovo do GOP
e do seu nomeado à presidência… que ganhou esta, a anterior administração, liderada por Barack Obama, promoveu e realizou, directa ou indirectamente, acções de vigilância e de recolha e de distribuição de dados e de informações sobre os seus opositores políticos. Sim, Donald Trump tinha (alguma) razão
quando acusou o antecessor de o mandar «escutar». Mark Levin e Sean Hannity
foram dos primeiros a apontar a existência de provas nesse sentido.
Ironicamente, e até talvez algo involuntariamente, também o New York Times e o
Washington Post o confirmaram. Dois membros do PD, um bem conhecido – Harry Reid – e outro algo desconhecido – Evelyn Farkas – praticamente admitiram que
sabiam o que se passava, e quando o fizeram não foram muitos os que disso se
aperceberam… O certo é que o processo começou cedo: o Departamento de Justiça,
então liderado por Loretta Lynch, obteve uma autorização judicial para espiar…
perdão, para monitorizar a campanha do milionário novaiorquino em Junho de 2016
(!); posteriormente, seria Susan Rice, uma das principais conselheiras – e amigas
– de BHO a assumir um papel principal nesta «encenação», ao solicitar a
«unmasking» (identificação) dos colaboradores de DJT «apanhados» nas escutas,
e, mais do que isso, relatórios detalhados das movimentações daqueles; e
finalmente, superando inclusivamente algumas das mais rebuscadas teorias da conspiração, a
vigilância feita a republicanos envolveu agências de inteligência de outros
países, no que constituiu uma dúbia acção de «cooperação internacional» coordenada pelo então director da CIA John Brennan!
Este
é mais um, e talvez o maior, e final, escândalo protagonizado por Barack Obama e pelos seus cúmplices no governo federal, e constitui outro flagrante exemplo
de um comportamento que, se não é ilegal, é pelo menos imoral. E não completamente
surpreendente vindo das mesmas pessoas que, previamente, não hesitaram, além de criticarem publicamente e de condicionarem privadamente, em perseguir policialmente e em processar judicialmente jornalistas (algo que Donald
Trump, apesar da sua retórica por vezes abrasiva, ainda não fez) e em
discriminar, para isso utilizando o serviço de IRS, organizações conservadoras –
uma indigna manobra de intimidação política de que, com o passar do tempo, mais pormenores vão sendo conhecidos. Aliás,
não são apenas pessoas do Partido Republicano a terem sido espiadas: Dennis Kusinich afirma que foi escutado, quando era representante (pelo Partido Democrata!), por
ordem de elementos ligados ao anterior presidente, e no seu gabinete no
Capitólio!
Uma outra demonstração
de como a suspeita – e até a acusação – de «colaboração com os russos» feita
aos republicanos é anedótica está em que até contactos, conversas, reuniões
normais, regulares, feitas por políticos, em especial senadores, dos dois
partidos – sim, incluindo os «burros» - com diplomatas e outros representantes estrangeiros
– sim, incluindo os russos – são entendidas quase como actos de traição. O «problema»
é que, por esse «critério», Barack Obama terá mais «culpas» do que Donald
Trump, já que Sergey Kislyak, embaixador da Rússia em Washington, visitou a Casa Branca nada mais, nada menos, do que 22 vezes durante a vigência da anterior administração… talvez para aferir da «flexibilidade» prometida pelo Sr.
Hussein a Vladimir Putin? E, quanto a uma interferência numa eleição em outro
país para alterar o seu resultado, quem sem dúvida o fez foi o Partido Democrata, que aplicou recursos em Israel para tentar derrotar e destituir Benjamin Netanyahu.
Enfim, e nunca é de mais repetir, quando nos EUA democratas acusam republicanos
de algo quase sempre se trata de um – patético – exercício de projecção.
Sem comentários:
Enviar um comentário