segunda-feira, 24 de abril de 2017

Sim, Obama «escutou» Trump

Não é novidade que é à esquerda do espectro politico que se encontram as pessoas mais crédulas, mais intelectualmente inseguras, enfim, mais estúpidas, sempre disponíveis para descartarem os factos mais básicos, sempre prontas para acreditarem nas maiores vigarices, nas mentiras, narrativas, teorias mais improváveis e mesmo ridículas, desde que tal confirme e/ou conforte os seus preconceitos, que desculpabilize os seus fracassos… e que contribua para construir e/ou conservar o mundo de fantasia em que vivem. Algumas dessas falácias são, pode dizer-se, como que comuns a todos os esquerdistas em qualquer ponto do planeta, tais como, por exemplo, a existência de aquecimento global antropogénico e a respeitabilidade do Islamismo enquanto religião «como as outras». E, o que nos interessa mais aqui, existem as falácias específicas da «sinistra» dos Estados Unidos da América, como a de que, talvez por «milagre», em finais dos anos 60 republicanos e democratas «trocaram de lugar» e os primeiros, e não os segundos, é que passaram a ser os grandes culpados pela escravatura e pela segregação…
… E a mais recente a animar as hostes «progressistas» do outro lado do Atlântico é a de que Donald Trump venceu Hillary Clinton e se tornou o 45ª presidente dos EUA devido à ajuda, à colaboração, à interferência, da Rússia e de Vladimir Putin. Muitos meses depois de esta atoarda ter sido atirada pela primeira vez, e repetida em crescendos de hilariante histeria, nada de concreto se apurou que de algum modo, mesmo que mínimo, a sustente. Agora, o que efectivamente se descobriu foi que, também numa tentativa de encontrar – ou de inventar – qualquer coisa que tornasse credível a alegada cumplicidade com Moscovo do GOP e do seu nomeado à presidência… que ganhou esta, a anterior administração, liderada por Barack Obama, promoveu e realizou, directa ou indirectamente, acções de vigilância e de recolha e de distribuição de dados e de informações sobre os seus opositores políticos. Sim, Donald Trump tinha (alguma) razão quando acusou o antecessor de o mandar «escutar». Mark Levin e Sean Hannity foram dos primeiros a apontar a existência de provas nesse sentido. Ironicamente, e até talvez algo involuntariamente, também o New York Times e o Washington Post o confirmaram. Dois membros do PD, um bem conhecido – Harry Reid – e outro algo desconhecido – Evelyn Farkas – praticamente admitiram que sabiam o que se passava, e quando o fizeram não foram muitos os que disso se aperceberam… O certo é que o processo começou cedo: o Departamento de Justiça, então liderado por Loretta Lynch, obteve uma autorização judicial para espiar… perdão, para monitorizar a campanha do milionário novaiorquino em Junho de 2016 (!); posteriormente, seria Susan Rice, uma das principais conselheiras – e amigas – de BHO a assumir um papel principal nesta «encenação», ao solicitar a «unmasking» (identificação) dos colaboradores de DJT «apanhados» nas escutas, e, mais do que isso, relatórios detalhados das movimentações daqueles; e finalmente, superando inclusivamente algumas das mais rebuscadas teorias da conspiração, a vigilância feita a republicanos envolveu agências de inteligência de outros países, no que constituiu uma dúbia acção de «cooperação internacional» coordenada pelo então director da CIA John Brennan!
Este é mais um, e talvez o maior, e final, escândalo protagonizado por Barack Obama e pelos seus cúmplices no governo federal, e constitui outro flagrante exemplo de um comportamento que, se não é ilegal, é pelo menos imoral. E não completamente surpreendente vindo das mesmas pessoas que, previamente, não hesitaram, além de criticarem publicamente e de condicionarem privadamente, em perseguir policialmente e em processar judicialmente jornalistas (algo que Donald Trump, apesar da sua retórica por vezes abrasiva, ainda não fez) e em discriminar, para isso utilizando o serviço de IRS, organizações conservadoras – uma indigna manobra de intimidação política de que, com o passar do tempo, mais pormenores vão sendo conhecidos.  Aliás, não são apenas pessoas do Partido Republicano a terem sido espiadas: Dennis Kusinich afirma que foi escutado, quando era representante (pelo Partido Democrata!), por ordem de elementos ligados ao anterior presidente, e no seu gabinete no Capitólio!
Uma outra demonstração de como a suspeita – e até a acusação – de «colaboração com os russos» feita aos republicanos é anedótica está em que até contactos, conversas, reuniões normais, regulares, feitas por políticos, em especial senadores, dos dois partidos – sim, incluindo os «burros» - com diplomatas e outros representantes estrangeiros – sim, incluindo os russos – são entendidas quase como actos de traição. O «problema» é que, por esse «critério», Barack Obama terá mais «culpas» do que Donald Trump, já que Sergey Kislyak, embaixador da Rússia em Washington, visitou a Casa Branca nada mais, nada menos, do que 22 vezes durante a vigência da anterior administração… talvez para aferir da «flexibilidade» prometida pelo Sr. Hussein a Vladimir Putin? E, quanto a uma interferência numa eleição em outro país para alterar o seu resultado, quem sem dúvida o fez foi o Partido Democrata, que aplicou recursos em Israel para tentar derrotar e destituir Benjamin Netanyahu. Enfim, e nunca é de mais repetir, quando nos EUA democratas acusam republicanos de algo quase sempre se trata de um – patético – exercício de projecção. 

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